terça-feira, 9 de novembro de 2010

Aves da Noite, de Edward Hopper

A melhor pintura conhecida de Hopper, Aves da noite (pintura) (1942), mostra clientes sentados em um balcão de um restaurante. O severo jogo de luz do restaurante mostra a noite pacífica do lado de fora. Os clientes, sentados nos tamboretes ao redor do balcão, aparecem isolados, ou até mesmo detestáveis.
Fonte: Wikipedia

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

SER OU NÃO SER, NEM SEMPRE A QUESTÃO

É impressionante o efeito placebo que eufemismos terminológicos e anglicismos modistas imprimem em nossos espíritos incautos.
Dia desses encontrei um amigo que há algum tempo não via e ele me contou orgulhoso que havia sido convidado para ser Diretor de TI de uma empresa. Fiquei muito feliz. Mas ao longo da conversa, fui percebendo constrangido que alem do meu amigo, havia na tal empresa apenas o Presidente, que também era Diretor Executivo e Financeiro e um office boy, por acaso, irmão do meu amigo.
Me contive.
Encerramos a conversa e fui pra casa intrigado ao perceber que no quadro geral da empresa, alem de Diretor, meu amigo também era o Técnico de TI e, sabe-se la,  talvez, o estagiário de TI.
Mas isso pouco importa. Nesses dias em que vendedores tornaram-se “consultores”, mendigos, “moradores de rua”, negros, “afro-descendentes”, professores, “personals”, babas, baby sitters e ate os que já eram vips se “repaginaram” para ressurgirem “hypes”, vê-lo Diretor de TI e partilhar um pouco da alegria do seu upgrade na carreira fez com que eu me sentisse really cool. 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

UM DIA DESSES...

As vezes preencher o tempo ocioso é um exercício desgastante de reflexões pessoais. Entre um nada e outro, fico pensando e repensando a vida, tentando encontrar em alguma das linhas e entrelinhas da minha história alguma coisa que faça eu me sentir melhor.
Normalmente, começo percorrendo minha infância e adolescência, tentando reavivar as cores dos sonhos que tive nesses momentos, mas quando descortino a maioria dessas lembranças, não encontro lugar no meu dia a dia que me permita tornar  realidade qualquer desses planos. É estranho e confuso, como à luz do dia, quando a vida segue o seu curso, construindo a cada instante e a um só tempo toda a história desse mundo e de todos nós, tudo aquilo que no contexto da nossa existência individual parecia tão especial e grandioso no silencio da noite precedente, parece frágil e sem importância.  
Como acreditar que entre bilhões de pessoas e infinitas histórias sofridas e grandiosas, meus sonhos pudessem vir a luz e transformarem esse mundo pela minha perspectiva? À luz do dia tudo é relativizado e perde o seu valor quando se caminha em direção a qualquer extremo. Tudo parece tão fulgaz e efêmero que a alternativa mais plausível, parece sempre ser a mais rápida e palpável. Nesse contexto, eu me abandono, me traio e acabo  agustiado procurando atender a todos os meus anseios sem saber a qual deles dar prioridade. Volto pra casa ao final do dia perplexo e absorto nesse emaranhado confuso de idas e vindas do meu espírito desnorteado, me perco no contexto dos muitos personagens que vivo em meus devaneios e muitas vezes, sem saber a qual deles acudir, sigo sem saber quem sou.
É como diz Machado de Assis pela consciência imortal do seu Dom Casmurro: “ao tentar reatar os fios órfãos que despontam do tecido em que se desnovela a historia da minha vida, muitas vezes falta a mim mesmo”.